Arte nos Espaços Públicos ou arte com os espaços públicos? Coordenação: Santiago Cao Se tratando de práticas artísticas em espaços públicos, talvez a pergunta inicial não tenha que ser formulada em torno da categoria Arte, senão da procura em indagar-se a respeito das características e potências destes espaços outros, diferentes dos tradicionalmente reservados para as Artes. QUANDO? Sábado 11 de novembro de 2017 às 17:30h ONDE? Teatro de Contêiner da Cia. Mungunzá. Rua dos Gusmões, 43 - Sta. Ifigênia - São Paulo/SP – Brasil Atividade aberta e gratuita. Se agradece a divulgação para as pessoas que vcs acham que poderiam se interessar. Sintam-se a vontade para participar.
Temáticas propostas: A Modernidade criou o conceito de Cubo Branco para gerar um espaço expositivo “neutro” que permitisse isolar a obra do seu contexto. Um espaço de visibilidade hegemônica onde, como uma Tábula Rasa, pudesse apagar os saberes nele (pre)existentes ao passo que impõe seu próprio discurso, seu próprio saber. Se considerássemos que imaginar é pensar com imagens, poderíamos supor que ao condicionar o campo visual do espectador (centrando sua atenção na lógica interna da obra e não no seu entorno) se restringe e controla também as possibilidades do pensar e do fazer. Frente a este “espaço puro”, espaço de respostas antes que de perguntas, onde se procura controlar as variáveis acidentais, poderíamos pensar nos espaços públicos como aqueles “espaços contaminados e contaminantes” onde as variáveis acidentais incidirão de maneira decisiva gerando-se um encontro de saberes e uma multiplicidade de produções de subjetividade. Mas, basta intervir num espaço público para a obra de arte sair da assepsia e entrar no contingente? Possivelmente nos encontremos frente a uma expansão do Cubo Branco, a uma outra maneira de privatizar o público, lhe privando de uma característica propriamente sua – o multívoco – substituindo-a por respostas unívocas impostas por quem temporalmente o ocupa. Estará se tratando talvez de uma encoberta privatização do público através da arte? Arte nos Espaços Públicos ou arte com os espaços públicos?Em tempos de Espetacularização da Cultura, observamos que certas práticas artísticas têm se convertido em aliados eficazes para os chamados processos de gentrificação e limpeza social que procuram a revalorização de determinados espaços da cidade com fins de especulação imobiliária. Diante dessa realidade, e entendendo que nos espaços públicos o potencial se dá em relação ao encontro mais do que à procura, ao dissenso mais do que à homogeneização de saberes, quais os aportes que uma prática artística relacional – como poderia ser a Performance – acarretaria para o campo das Artes como também para as pessoas que por esses espaços transitariam e habitariam no momento de estarem acontecendo tais ações? |