Talvez não seja a palavra “resistência” a que melhor se adeque para o que gostariamos propor quando falamos da importância dos encontros entre pessoas diferentes. Pelo menos, não se a compreendemos do ponto de vista da física clássica, que a considera como a força que exercerá um corpo contra qualquer outro que intente deslocá-lo. Se nossa intenção e agir junto-com frente ao embate das atuais politicas públicas que restringem os usos dos espaços públicos, restringindo com isso as possibilidades das pessoas se encontrarem, por que propor uma resistência se a palavra mesma carrega nela a ideia de ir contra outro? Proponhamos então uma outra palavra. Pensemos numa re-existência. Na possibilidade de existir em modos outros de existência. Mas, isso será possível se for junto-com um outro, pois os modos outros, possíveis, são os modos dos outros. E se um corpo tem como possibilidade poder afetar aos demais corpos aumentando ou diminuindo a potência, o fará de maneira simultânea ao acontecimento de ser afetado por aqueles corpos. Pensemos, então, numa re-existência como um acontecimento no qual não só sou afetado, mas que simultaneamente afeto, dando-lhe existência a um outro que nesse encontro vai me oferecer a alternativa de uma diferente e possível existência.